terça-feira, 17 de maio de 2011

Presuntinho defumado da Itália.

Você conhece a Sicília?
Eu não. Ainda não pus meus pés na terra dos especialistas em dessecar e preservar cadáveres, o que vou fazer antes de partir pra cova.
Hei ainda de me entranhar por corredores cheirando à roupa velha e incensos de flor de tangerina: O monastério dos capuchinhos em Palermo.
A iluminação do local, a base de lâmpadas fluorescentes, dá a um legista de carreira, a noção de estar em casa
.
As publicações sobre o lugar, tratam de convencer ao leitor, de que ao contrário de nós, os sicilianos não vem na exibição de cadáveres, o pavor e o mistério encontrados na população do lado de cá do oceano.
A primeira vez que vi esses fradinhos pendurados na parede feito bonecas de armazém, foi num quadro do Fantástico da Rede Globo, com o gonzomaníaco Mauríco Kubrusly.
A reportagem me deixou por semanas encantado. Marcante. Extrasensorial.
Gravei a matéria numa antiga fita de vídeo, a qual antes de mofar no fundo de uma gaveta de quinquilharias, recortes e fitas K7, por muitas das vezes me fez arrepiar de vontade atravessar o oceano a nado, e conhecer o cemita capuccino.


Por ali, 2000 defuntinhos, repousam suas carcaças, aguardando o próximo gonzo. Sim, não se passa por ali impune da certificação Iso 9002  gonzomaníaco.
Não são ali pendurados apenas religiosos, como acontece em igrejas e monastérios espalhados mundo afora.
Médicos, advogados, artistas, policiais, crianças e demais moradores de Palermo, também servem de enfeite às paredes surradas de mofo e carne seca.
Crianças com esqueletinhos no colo, capelas dedicadas às virgens, tudo ali, pra ser espiado e por muitos venerado.
Maurício Kubrusly, e outra infinidade de gonzos já visitaram os capuchinhos mumificados. Talvez falte agora só eu e você leitor pra respirar a maisnatureba das  fragâncias. Até  a próxima.

Um comentário:

  1. Olá Tchelão, beleza?

    Tá muito legal o blog, parabéns! Seu texto flui go(n)zozo!

    Abração,

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